Contagem regressiva para o colapso
Álvaro Guimarães
Álvaro Guimarães
O sistema de abastecimento de água de Pelotas está a um passo do colapso. A previsão do diretor-presidente do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), Hélio Costa Silva, é de que em 24 dias mais da metade da população comece a sofrer com a falta d’água. A causa disso é a queda constante do nível da barragem Santa Bárbara, que abastece 55% dos 342,5 mil habitantes do município. De acordo com o Executivo, só há duas maneiras de se evitar a crise: com chuva ou com a transposição das águas do arroio Pelotas. As duas alternativas, no entanto, parecem difíceis de se concretizar.Ontem a Santa Bárbara estava 3,10 metros abaixo de seu nível normal e a situação era classificada como “complicada” pelos técnicos do Sanep. “A partir dos 3,14 metros a situação será crítica”, confirmou Silva. A cada dia o reservatório perde em média dois centímetros, o que coloca o sistema de abastecimento a dois dias da crise. “Daí em diante estimamos ser possível manter o abastecimento por apenas mais 20 dias”, alertou.Consumidores já reclamamA existência de água nas torneiras do Centro e outras áreas próximas atendidas pela Santa Bárbara, entretanto, não significa a inexistência de problemas. Diariamente consumidores têm procurado a autarquia para se queixar da qualidade do produto. As principais reclamações dão conta de cor da água escura e imprópria para o consumo e partem de moradores da zona leste, atendidos pela Santa Bárbara. Os técnicos do Sanep admitem a perda da qualidade da água distribuída à população à medida que o nível da Santa Bárbara cai e é preciso captar o produto das partes mais profundas e barrentas. As contas da direção da autarquia mostram que desde o início do ano foram investidos R$ 1,7 milhão na aquisição de produtos químicos para tratamento. “Essa quantia é suficiente para tratar água durante todo o ano”, confirmou o diretor-presidente do órgão. PEDIDO DE SOCORRODiante das previsões nada otimistas dos meteorologistas do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet) sobre a ocorrência de chuva na região este mês, os diretores do Sanep correm contra o relógio para tentar a aprovação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e fazer a transposição do arroio Pelotas. “Está tudo pronto, só falta apertar o botão”, confirma Silva. Hoje os diretores devem marcar reunião com representantes da Fepam, do Conselho Municipal de Proteção Ambiental (Compam) e do Ministério Público. A idéia é promover uma discussão a respeito do laudo da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul que, segundo Silva, não encontrou mexilhões dourados nas cercanias do ponto de captação no arroio Pelotas. A análise concorda com a feita por pesquisadores da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e pode convencer os técnicos da Fepam a liberarem a operação. “Queremos ter uma solução até o final desta semana e apostamos no bom senso dos envolvidos”, comentou Silva.
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creditos: Diário Popular
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